quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Uma reflexão sobre a proposta de dialogicidade de Paulo Freire - Nossos momentos!!!!!

Observando-se a classificação dos autores para as interações nos ambientes virtuais com a proposta de dialogicidade de Freire, levou-me a alguns momentos dos fóruns propostos no nosso curso mais do que na minha prática como tutor nos cursos semipresenciais. Muitas das mensagens trocadas lá retratam um pouco da avaliação apresentada no texto. Destacaria a questão da Simetria discursiva – humildade. É evidente a igualdade dos papéis nas trocas de ideias. Sempre observei o respeito com que os colegas tratavam uns aos outros nesses momentos. Consideravam-se as diversas opiniões mesmo quando não havia uma concordância ou quando se apresentava um contraponto. Todos trocavam idéias sem uma conotação de superioridade, uma vez que todos já detêm um pouco de experiência nos assuntos propostos, destacando-se o papel da nossa Tutora que não só mediava as contribuições, mas fazia questão de mencionar em suas mensagens comentários levantados por outros colegas. Tudo era importante para se construir conhecimento naquele momento. Acredito também que é possível classificarmos esses momentos como Valorização da autonomia - fé nos homens. As participações eram valorizadas com destaques a cada nova contribuição. Nesse aspecto, menciono também a questão do fechamento(conclusão) dos fóruns com um resumo dos assuntos ali debatidos. Um reconhecimento de que cada contribuição foi importante. O Exercício da autonomia – esperança foi marcante nas discussões. O ‘eu tento fazer isso ou aquilo’ demonstravam a preocupação de cada membro na busca de tentar mostrar o outro que há experiências exitosas, ressaltando-se assim a Reflexividade crítica -pensar crítico em busca de novas alternativas para a construção do novo. Por fim, mesmo sem apresentarmos elementos que indiquem ou traduzam nossos sentimentos, como não perceber a Afetividade – amor com comportamentos tão evidentes de parceria, de respeito e cuidado com cada um. ‘Quem ama cuida’ ou, pelo menos, perceba que é importante.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

AMOR: palavra feia

Depois que li sobre os elementos de dialogicidade de Paulo Freire: "amor, humildade, fé nos homens, esperança e um pensar crítico", parei um pouco e fiquei refletindo, pensando sozinho sobre isso tudo... Então, minha esposa me viu tão calado e pensativo em frente ao computador e me disse: Já sei, você está pensando na aula de amanhã?! A pergunta dela se insere em nosso cotidiano em que tarde da noite, após o almoço, no domingo, nas conversas entre amigos estamos sempre pensando: como vai ser minha aula amanhã?! Percebam que não se trata de que estejamos pensando no procedimento didático, no gerenciamento de uma aula, mas acho que bem no fundo, estamos sempre pensando sobre, mas evitando chamar à tona a palavra feia AMOR.

Palavra feia, se alguns querem/ esforçam-se por construir seu conceito contemporâneo como amor semanticamente invadido pelo que é ser piegas, inocente, bonzinho, cego pelo seu amor... Palavra feia se começarmos qualquer discurso com a palavra AMOR, imaginemos um candidato a presidente, uma propaganda do mais novo carro que comece seu discurso dizendo: Vou governar este país com amor, ame seu novo modelo X.. de que amor estamos falando?

Eu tenho medo de usar a palavra amor, na mesma medida que temo amar aos quatro ventos. Amar na contramão, na contracorrente talvez seja este o tal amor de que fala Paulo Freire, Rubem Alves, Artur da Távola, Leonardo Boff, o tratorista que não se negou a derrubar a casa, mesmo sob ordem judicial, o cara do movimento sem-terra na outra ponta da enxada, sem filiação partidária e tantas vozes que não são de amor, pois se fossem do amor que se vende não seriam abafadas.

Quando se fala em amor nas palestras e encontros, nas aulas, eu confesso que eu tenho uma vontade enorme de sair de lá, minha tolerância para ouvir falar de amor é muito baixa, (e a sua? vamos conseguir chegar ao final do texto?) , tenho vontade de ir para um lugar menos amoroso, onde eu possa autenticamente ser mais capaz de amar, não de falar de amor...

Não me entendam que estas palestras, encontros devam ser desacreditados, acho que eles são muito bons para o que se propoem: falar de amor, mas amar para mim é outra coisa, é igual a liberdade, só se conceitua quando se vive, quando se age, se materializa, se o conceito bate á porta, o amor escapa... amor é uma palavra feia, amar é liberdade

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

cotidiano do professor

 Cotidiano do professor (postei no fórum, mas esqueci de colocá-lo aqui como sugerido)

Impossível não nos identificarmos com o dia a dia da Professora Vanessa. Teríamos que alterar apenas algumas das atividades. Tento dividir meu tempo para respeitar o meu lado professor, filho, companheiro, amigo, tio, tio-avô...rsrs, irmão..etc...etc...etc. Temos que entender que o corpo humano tem seus limites e não damos tanta importância a esse fato. Tento, na medida do possível, fazer uma coisa de cada vez para não ter que ser também paciente na mão dos profissionais da saúde...rs. Acredito que tudo vale a pena quando entendemos que cada momento que deverá ser preenchido é algo que nos dá prazer. Entretanto, nos vemos muitas vezes cansados, estressados e sem perceber a devida compensação que entendemos seria de direito em algumas situações. Muitas vezes tendo que ouvir de um governador que as pessoas têm que desempenhar suas funções apenas por amor, uma professora prefeita que interpreta as leis apenas dentro do seu ponto de vista ou uma presidente que entende que uma categoria, professor no caso, não deverá ter reajustes durante todo um ano e todos juntos achando que muito ainda precisa ser feito, mas nunca fazem. Propagandas não faltam. Enfim, meu desejo que as Vanessas da vida consigam organizar suas vidas da melhor forma possível na perspectiva que dias melhores virão. (00:47:38 AM) Olha a Vanessa aí gente!!!!! Hehehe...

A extinção dos professores

Evilásio Oliveira
Historiador
Professor da Educação Básica
Esp. em Met. do Ens. das Ciências Humanas e Sociais




  Ano 2020: A extinção dos professores
Brincadeira ou não?
Você decide...
 
 
 
                    A EXTINÇÃO DOS PROFESSORES
 
  O ano é 2.020 D.C. - ou seja, daqui a nove anos - e uma conversa entre avô e neto tem início a partir da seguinte interpelação:
  
 
  – Vovô, por que o mundo está acabando?
  
 
  A calma da pergunta revela a inocência da alma infante. E no mesmo tom vem a resposta:
  
 
  – Porque não existem mais PROFESSORES, meu anjo.
  
 
  – Professores? Mas o que é isso? O que fazia um professor?
  
 
  O velho responde, então, que professores eram homens e mulheres elegantes e dedicados, que se expressavam sempre de maneira muito culta e que, muitos anos atrás, transmitiam conhecimentos e ensinavam as pessoas a ler, falar, escrever, se comportar, localizar-se no mundo e na história, entre muitas outras coisas. Principalmente, ensinavam as pessoas a pensar.
   
  – Eles ensinavam tudo isso? Mas eles eram sábios?
  
 
  – Sim, ensinavam, mas não eram todos sábios. Apenas alguns, os grandes professores, que ensinavam outros professores, e eram amados pelos alunos.
  
 
  – E como foi que eles desapareceram, vovô?
  
 
  – Ah, foi tudo parte de um plano secreto e genial, que foi executado aos poucos por alguns vilões da sociedade. O vovô não se lembra direito do que veio primeiro, mas sem dúvida, os políticos ajudaram muito. Eles acabaram com todas as formas de avaliação dos alunos, apenas para mostrar estatísticas de aprovação. Assim, sabendo ou não sabendo alguma coisa, os alunos eram aprovados. Isso liquidou o estímulo para o estudo e apenas os alunos mais interessados conseguiam aprender alguma coisa.
  
 
  Depois, muitas famílias estimularam a falta de respeito pelos professores, que passaram a ser vistos como empregados de seus filhos. Estes foram ensinados a dizer “eu estou pagando e você tem que me ensinar”, ou “para que estudar se meu pai não estudou e ganha muito mais do que você” ou ainda “meu pai me dá mais de mesada do que você ganha”. Isso quando não iam os próprios pais gritar com os professores nas escolas. Para isso muito ajudou a multiplicação de escolas particulares, as quais, mais interessadas nas mensalidades que na qualidade do ensino, quando recebiam reclamações dos pais, pressionavam os professores, dizendo que eles não estavam conseguindo “gerenciar a relação com o aluno”. O professores eram vítimas da violência – física, verbal e moral – que lhes era destinada por pobres e ricos. Viraram saco de pancadas de todo mundo.
   
  Além disso, qualquer proposta de ensino sério e inovador sempre esbarrava na obsessão dos pais com a aprovação do filho no vestibular, para qualquer faculdade que fosse. “Ah, eu quero saber se isso que vocês estão ensinando vai fazer meu filho passar no vestibular”, diziam os pais nas reuniões com as escolas. E assim, praticamente todo o ensino foi orientado para os alunos passarem no vestibular. Lá se foi toda a aprendizagem de conceitos, as discussões de idéias, tudo, enfim, virou decoração de fórmulas. Com a Internet, os trabalhos escolares e as fórmulas ficaram acessíveis a todos, e nunca mais ninguém precisou ir à escola para estudar a sério.
   
  Em seguida, os professores foram desmoralizados. Seus salários foram gradativamente sendo esquecidos e ninguém mais queria se dedicar à profissão. Quando alguém criticava a qualidade do ensino, sempre vinha algum tonto dizer que a culpa era do professor. As pessoas também se tornaram descrentes da educação, pois viam que as pessoas “bem sucedidas” eram políticos e empresários que os financiavam, modelos, jogadores de futebol, artistas de novelas da televisão – enfim, pessoas sem nenhuma formação ou contribuição real para a sociedade. 



"Educar é educar-se na prática da liberdade, é tarefa daqueles que sabem que pouco sabem - por isso sabem algo e podem assim chegar a saber mais - em diálogo com aqueles que, quase sempre, pensam que nada sabem, para estes, transformando seu pensar que nada sabem em saber que pouco sabem, possam igualmente saber mais."
Paulo Freire


"Se nossa opção é progressista, se estamos a favor da vida e não da morte, da equidade e não da injustiça, do direito e não do arbítrio, da convivência com o diferente e não de sua negação, não temos outro caminho senão viver plenamente a nossa opção"...
"O educador se eterniza em cada ser que educa".
Paulo Freire

Portfolios: to be or not to be...




Estou com duas disciplinas no ar. Uma acabando e outra pelo meio.  Li essa proposta na semana passada e outra na primeira aula da disciplina que está quase no seu término. Percebi que os dois alunos não estavam nos encontros presenciais. Pedi aos dois que fizessem uma leitura do informativo que deixo no meu portfolio. Prazos, atividades para cada aula e pontuação e freqüência para cada dessas situações. Aviso no encontro presencial que não recebo atividades fora do prazo e coloco as situações em que procedo de outra maneira: afastamento das atividades com atestados médicos ou encontros acadêmicos (cursos, apresentação de trabalhos, congressos) com a devida apresentação dos certificados. Nesses dois casos, solicito que o aluno salve o e-mail de autorização para postar a atividade e leve para o encontro presencial os documentos. Resolvi fazer isso porque não conseguia mais organizar os trabalhos com tanta coisa na área pública. Não dava mais para ouvir dos alunos que não postaram atividades devido o trabalho, alguém da família doente ou algo semelhante. Muitas justificativas e poucas atitudes. Lembro a todos que devem estar no solar diariamente justificando que os alunos do curso presencial têm uma frequência mínima a cumprir em suas disciplinas, têm que frequentar o curso e cumprir com suas obrigações. Não há diferenças, no meu entendimento, para as duas situações. Certamente, há casos que normas e regras têm que ser reavaliadas. Quando faço isso, lembro que procurem não repetir as situações. Dificilmente levo os casos à coordenação. Gosto de ter uma certa autonomia nas decisões. Lá é também minha sala de aula e gosto de tentar organizar da minha forma, uma vez que não podemos fazer alterações de quase nada.

'A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele.'
Hannah Arendt